Os jogos ainda precisam do modo campanha?


10 anos atrás, seria praticamente fora de questão um jogo ser lançado sem algum tipo de modo história ou uma campanha “single player”. Mesmo os jogos que foram claramente voltados pro “multiplayer” geralmente ofereciam uma campanha de algum tipo, que apresentava o Universo do jogo, desenvolvia personagens e contava uma história – como Phantasy Star Online. Isso mudou nos últimos anos, com jogos de grande sucesso sem nenhum enredo.


Estes jogos são aqueles com um foco em múltiplos jogadores, como Titanfall, Star Wars Battlefront e Rainbow Six Siege. Pode ser verdade que a maioria dos jogadores vai passar mais tempo com modos competitivos de qualquer maneira, mas mesmo assim, com todos esses três jogos, encontrei-me sentindo que havia algo faltando.
Eu não desfrutei tanto esses jogos como eu desfrutaria títulos semelhantes, e acho que as tendências de consumo refletem esse sentimento. Tomemos, por exemplo, Call of Duty: Black Ops 3. Foi lançado ao mesmo preço de US$ 60,00 como Titanfall, Star Wars Battlefront e Rainbow Six Siege, mas oferece muito mais conteúdo do que esses jogos. Black Ops 3 traz um modo campanha que pode ser jogado solo ou cooperativamente, o retorno do popular “modo zumbi” e o “multiplayer” competitivo aclamado pela crítica. Compare isso com Star Wars Battlefront – que só tem “multiplayer” e um “modo horda” superficial – e não fique surpreso que Black Ops 3 tenha sido o jogo mais vendido de 2015. Sem dúvidas, ofereceu mais conteúdo do que qualquer um dos seus concorrentes, então por que não deveria ser o título mais vendido?
Eu não estou tentando argumentar que Black Ops 3 é uma experiência melhor do que um jogo como Rainbow Six Siege. Na verdade, eu diria que a jogabilidade “multiplayer” de Siege é provavelmente uma das experiências “multiplayer” mais bem concebidas em anos, mas o jogo carece de conteúdo. Siege tem apenas um punhado de mapas, ainda menos modos de jogo e nenhuma campanha além de uma série de tutoriais. A jogabilidade de Rainbow Six Siege é espetacular, mas eu não pude deixar de achar que ele não valeu o preço por falta de conteúdo. Um “modo história” poderia ter corrigido esse problema.
Uma campanha “single player” também tem a vantagem de injetar mais personalidade aos jogos. Será que Call of Duty 4 seria tão memorável se fosse somente “multiplayer” e não tivesse personagens como Soap e Captain Price? Eu diria que não e acho que renunciar uma campanha “single player” também sacrifica a possibilidade dos jogadores realmente investirem num jogo. Construir um Universo fictício é um trabalho árduo e é muito mais difícil sem uma história repleta de personagens bem escritos. Este foi um dos maiores problemas de Titanfall, na minha opinião. A falta de cut-scenes, de desenvolvimento de personagens ou de uma história coerente em Titanfall prejudicou seriamente a tentativa da Respawn de criar o próximo grande Universo de ficção científica dos games. Espero que os rumores sobre Titanfall 2 ter uma campanha “single player” sejam verdadeiros, então a Respawn pode dar aos jogadores o novo Universo emocionante que deveria ter criado no primeiro jogo.


Mas não tema a extinção do modo “single player”. Na verdade, parece que esta tendência está indo embora com o boato sofre Titanfall 2 e com a Ubisoft confirmando que For Honor terá uma campanha “single player”. Quando o jogo que coloca samurais, vikings e cavaleiros uns contra os outros num combate corpo a corpo brutal foi revelado na E3 2015, fez parecer que seria mais um dedicado exclusivamente ao “multiplayer”, mas fiquei feliz ao descobrir que não é o caso.

Talvez For Honor tenha sido originalmente destinado a ser um título sem “single player” e a Ubisoft esteja adicionando um modo offline como resposta às críticas dirigidas a Rainbow Six Siege. É difícil dizer, mas a notícia de que For Honor terá uma campanha “single player” coloca o jogo no meu radar. Estou animado pra aprender mais sobre seus personagens, história e Universo semi-fictício e eu estou ansioso pra próxima apresentação da Ubisoft na E3 deste ano.
Claro que campanhas “single player” não podem simplesmente ser anexadas sem um grande esforço, mas essa é a parte complicada. Os desenvolvedores têm que descobrir uma maneira de entregar uma experiência que é gratificante tanto pra aqueles que gostam de jogos “single player” quanto pra aqueles que procuram uma experiência “multiplayer” competitiva de alta qualidade. Esta não é uma tarefa impossível e alguns jogos têm sido capazes de alcançá-la espetacularmente, mas também não é uma fórmula definida pra qualquer gênero.

Como você se sente sobre as campanhas “single player” e “modos de história” nos jogos? Você sente que a maioria dos jogos deve incluí-los ou acha que jogar offline se tornou dispensável? Deixe seus pensamentos sobre o assunto nos comentários abaixo.


Por Adapse-Alan
Compartilhe no Google

About AdapseOficial

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário